Conheça a Lagoa de Marapendi
Barra da Tijuca e Recreio dos
Bandeirantes, bairros vizinhos da Zona Oeste do Rio de Janeiro,
que a cada dia que passa,
demonstram crescimento desenfreado, seja populacional, na área da construção
civil e até mesmo de tráfego de carros na famosa Avenida das Américas. Só que
no meio disso tudo, há um lugar no qual a natureza prevalece e muitos animais
são encontrados: a Lagoa de Marapendi é a nova sensação turística da Cidade
Maravilhosa.
Lagoa de Marapendi em um belo dia de sol no Rio de Janeiro (Foto: Barrabalsas) |
Em uma Área de Proteção
Ambiental, a APA de Marapendi, a Lagoa de Marapendi está numa reserva ecológica
e tem quase 10 km de extensão em linha reta, desde o Canal das Taxas ao Canal
de Marapendi e a largura varia bastante de menos de 20 metros a 800 metros. Já
a profundidade segue a mesma característica e existem pontos de 10 metros e outros
que a água bate no joelho de uma pessoa, por conta dos bancos de areia. O nome
"Marapendi" é de origem Tupi-Guarani e pode siginificar "mar
limpo" ou "mar raso e limpo", graças aos povos indígenas que
primeiro habitaram a região no passado e se banhavam para
"purificar-se" nas águas da lagoa.
O biólogo Vinicius Thees é
morador da região e um grande estudioso do assunto. Ele dá mais detalhes sobre
a vegetação na Lagoa de Marapendi.
"Originalmente, a lagoa
apresentava água doce e a vegetação era formada principalmente por brejos. Com
a abertura para o mar por meio do Canal de Marapendi (canal artificial criado pelo
homem em meados da década de 50), a água se tornou salobra (com basicamente a
metade do sal presente na água do mar, ou seja, uma água mais ou menos salgada)
e isso trouxe uma mudança física para o complexo lagunar, porque os peixes que
eram de água doce se adaptaram à água salobra ou vieram a morrer. Em
contrapartida, os peixes de água salgada do mar passaram a adentrar a lagoa
para se abrigar e se reproduzirem. A vegetação, antes brejosa e com característica
de áreas alagadiças, passou a constituir o autêntico manguezal, tão importante para
a antecipação do Bioma Mata Atlântica", contou o especialista, que
complementou e chamou a atenção para os animais.
As capivaras podem ser encontradas na Lagoa de Marapendi (Foto: Barrabalsas) |
"Com a água salobra e a
vegetação de manguezal, encontramos os animais típicos dessa região, como a
variedade de caranguejos (chama-maré = caranguejo pequeno de uma pata grande e
outra pequena, aratu = caranguejo de patas vermelhas e o guaiamum = comestível
e ameaçado de extinção), pequenos anfíbios, grandes répteis (como o teíu,
jiboias e o jacaré-de-papo-amarelo), mamíferos (como os inúmeros gambás e as
capivaras = maior roedor do mundo) e uma grande variedade de aves (com destaque
para os diferentes gêneros de garças e os muitos passeriformes), entre muitos
outros animais, encerrou.
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* Com informações do biólogo Vinicius Thees
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